domingo, 22 de novembro de 2009

REGIONALISMO SAUDOSISTA

Quando eu morrer...

Quando eu morrer,
Não quero lágrimas,
Não quero velas,
Não quero sofrer!

Quero muitas histórias boas
Dos momentos das pracinhas
E dos bares a lembrar.
E delas muitas, muitas,
Gargalhadas a dar!

Quando eu morrer,
Enterre as minhas lembranças
Na pracinha do Liceu,
Para que jamais me esqueça
De onde se formou o meu Eu!

E quando não puder mais ver,
Deixe os meus olhos na Lapa.
Para que ainda do alto
possa me encantar
Com seu estonteante E-N-T-A-R-D-E-C-E-R!


No dia da minha partida
Despeje no Rio Paraíba
Tudo o que já já não tiver mais sentido,
Como o meu pranto e o meu gemido!

No dia em que tiver fim
A minha dor,
Distribua o meu sorriso e o meu amor
Em bilhetinhos na praça São salvador!

Quando não mais me restar nenhum esboço,
Deixe os meus ouvidos com os moços
Que sem muito esforço, passam o dia no Bulevar
Sempre com uma nova prosa a contar!

Quando se passar os meus dias nessa cidade,
Fixe a minha criatividade,
Nas portas de um antigo casarão,
Que por enquanto, há de montão!

Quando tiver fim o meu cansaço,
Deixe que junto ao pés de Ipê, encontre descanso.
Para que quando a prima-vera florescer,
Eu venha com ele novamente renascer!
Almir Júnior

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